janeiro 28, 2011

Trajes

O limite que a roupa alcança na sociedade, reproduz o nível de valorização quando construímos nossa personalidade. Já ouvi dizer, em papos entre amigos e só pude levar a sério depois nos textos da faculdade, que nosso eu é extremamente construído em paralelo com nossa compreensão da realidade. Verdade ou não, nossas máscaras estão a todo instante, comprovando que superação nada mais é saber manejar.
De fato, tal questionamento retorna quase todos os meus dias. E confesso, fiquei feliz em sentir-me um pouco igual aos outros.
Como sempre, estou a escrever numa epifania e mal posso compreender a letra que se expande na folha de papel. Depois acerto, ajeito e vou adequando a escrita, retirando um pouco a espontaneidade. Ou pelo menos tento.
É verão, estou na praia de Ipanema - RJ, impossibilitada a um mergulho por conta de meu traje. No momento, ele não condiz com o vigor que é frequentar esse ambiente tão folgado e à vontade.
O sutiã e o biquíni não se diferem apenas pelo tecido. Penso na oposição que os modos comportamentais causam, revelando como devemos viver.
A simples visita a areia me supriu de felicidade ao respirar a brisa marítima. Arriscando meu pensamento ao horizonte, me realizo.
Hoje, o mar surpreendeu a orla com seu pôr do sol. A palmas e platéia formados no Posto 7, a indignação por não me refrescar ao cair na água salgada do mar foi levada para longe.
Penso e existo.
Agora é noite, está fresco. 

5 comentários:

  1. O complexo pôr do sol proporciona a simplicidade de seu texto. Gostei demais !

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  2. Por falar em praia,
    Conversando com um amigo me dei conta de que todo ambiente praiano pode mais interessante em plena noite!!!

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  3. penso e existo.
    eu entraria de roupa e tudo...e que se danasse o resto e o quão incomodo seria.
    perder o controle que eles nos impõem...as vezes é uma necessidade!
    a sorte é que a brisa e a beleza afastaram o calor!
    tá melhorando o blog.
    um beijo!

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  4. às vezes precisamos nos controlar conforme as regras, sejam elas chatas ou não.
    a noite chegou e me refresquei da mesma forma.
    só tive que esperar, há momentos que precisamos esperar..

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  5. É como aquilo que conversamos esses dias: de tanto escrever sobre um assunto ele acaba se desgastando naturalmente. E você, criativa como ninguém, tende a tomar rumos cada vez mais inusitados e interessantes.

    Continue com essa sua escrita espontânea e fascinante. Não largue-a jamais.

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