janeiro 28, 2011

Trajes

O limite que a roupa alcança na sociedade, reproduz o nível de valorização quando construímos nossa personalidade. Já ouvi dizer, em papos entre amigos e só pude levar a sério depois nos textos da faculdade, que nosso eu é extremamente construído em paralelo com nossa compreensão da realidade. Verdade ou não, nossas máscaras estão a todo instante, comprovando que superação nada mais é saber manejar.
De fato, tal questionamento retorna quase todos os meus dias. E confesso, fiquei feliz em sentir-me um pouco igual aos outros.
Como sempre, estou a escrever numa epifania e mal posso compreender a letra que se expande na folha de papel. Depois acerto, ajeito e vou adequando a escrita, retirando um pouco a espontaneidade. Ou pelo menos tento.
É verão, estou na praia de Ipanema - RJ, impossibilitada a um mergulho por conta de meu traje. No momento, ele não condiz com o vigor que é frequentar esse ambiente tão folgado e à vontade.
O sutiã e o biquíni não se diferem apenas pelo tecido. Penso na oposição que os modos comportamentais causam, revelando como devemos viver.
A simples visita a areia me supriu de felicidade ao respirar a brisa marítima. Arriscando meu pensamento ao horizonte, me realizo.
Hoje, o mar surpreendeu a orla com seu pôr do sol. A palmas e platéia formados no Posto 7, a indignação por não me refrescar ao cair na água salgada do mar foi levada para longe.
Penso e existo.
Agora é noite, está fresco. 

janeiro 27, 2011

Trajetos

E teve um dia que percebi que logística não faz parte do meu dia-a-dia.
Por qual caminho chegar ou partir de casa, se os meios que me transportam traduzem e permitem a concepção da maioria dos meus pensamentos? Escolher um único meio de locomoção seria aniquilar outras formas de pensar.
Penso muito no metrô e como consegue acatar todo o vigor da viagem em poucos minutos. Com o resumo de meu tempo, me afoito em desejar perceber o que está a acontecer por fora dos muros dos trilhos. Reconheço que opto pela rapidez alguns dias; a vida é feita de pequenas dosagens ao longo do tempo. E até que os trilhos rendem bons momentos, inúmeras paisagens e situações são permitidas no trem de metal que sobe e desce entre o solo e o subsolo, explorando de maneira até mais peculiar minha cidade.
A cada dia, uma forma de ir e vir. Algumas vezes com maus palpites, outras com falta de vontade de esperar pelas paradas nos pontos pois não era hora de refletir; sempre divagando em pensamentos e planos ótimos momentaneamente.
Agora estou num ônibus que estende ao máximo meu trajeto de volta para casa, testa a paciência demais. Pensei em perda de tempo, porém respiro os vários bairros a minha volta. 
Eu faço parte disso. Eu amo a cidade.

janeiro 24, 2011

Caminhe

"Pode ir, tudo bem."

  Entender ao pé da letra fato que se faz e depois feito consigo, traz certo olhar de diferença onde nada é interpretado de forma igual. Sendo antes ou depois, o tempo não é o responsável por mudar nosso ponto de vista. Nossa conciencia intercala o ambiente em que nos manifestamos e recebemos -ou percebemos as expressividades de próximos à realidade adequada aos interesses profundos.
  A vida paira desafios e lança possibilidades que testam e pedem decisões, ou melhor reflexões. A tomada de escolha do que devemos fazer nem sempre resolve. Nesse momento, me importa a tranquilidade que o cotidiano pode interromper e não consegue, meus interesses nem sempre resolvidos, porém não esquecidos.
  Começa-se um novo tipo de interpretação dos sentimentos, o nível oculto tomou conta de tudo o que me acontece. Se querem saber, detalhes nunca foram tão necessários. As mudanças diferenciam-se dando gosto de jogar fora o que jamais se imagina ir, porém coisas voltam e vão de novo. A trilha segue, é preciso. E já que percebi certos itens que não morrem, do jeito que estava quem morreria seria eu.
  Com tantas perguntas e respostas entre si, vanho por meio desde justificar o motivo de tal mudança. Sou uma boba. Mas sou assim.
  Espero que atinja certo nível de reconhecimento, assim posso pensar em acreditar em mim. Eu juro que tento me descobrir, talvez um dia encontre uma forma de entrega para então, concentrar-me a fazer algo que alguém entenda.

janeiro 22, 2011

Por que viver?

A perdição se achega junto à necessidade de retribuir o quanto poderia ser alguém.
Quanta crise de emoção em troca de pena, esconderijos do eu em busca de atenção que nunca será redobrada de forma sutil ou mesmo justa.
Como seria a sensação de viver por uma causa?
Eu ainda não sei.
Com tanto questionamento as trilhas e o tempo vão correndo e deixando minhas mãos sempre vazias.



-o rum me acompanha.

janeiro 12, 2011

já não sei até onde eu sou.

Algum tempo atrás pedi passagem e espaço para honra, senti que era necessário cumprir a vontade de saber viver só. Haviam problemas envolvendo tudo e todos. E eu sendo dependente nunca manejaria meu terreno se você me virasse as costas.
De fato, me empenhei em viver o hálito cotidiano de forma a te esquecer. Não consegui.
Meu peito carrega lembranças terríveis que só fazem alimentar meu ego por ter seguido a razão. Quanta glória. E tenho o que?
Cada passo, uma etapa sozinha.
Começo a pensar que tudo foi longe e sinto raiva, pois você tambem sente.
Além de tudo, não vou manipular.
Não que isso fosse uma escolha, mas a tentativa de nos manipular não sucumbe minha cabeça para fluir do jeito que julgo ser ideal.
Penso em você.
Eu sou apaixonada por nós dois.

janeiro 01, 2011

A dona Parajara


Como sempre as promessas vão pairando devagar como se nunca fossem cumpridas, demonstrando a chance de elaborar plano mais maléfico que é passar a vida sem viver o que sente. Ou o que se quer sentir.
O tédio persistindo ao longo das ideias e qualquer coisa que eu faça.
Eu sou feliz.
Como?
Sim, eu sou a felicidade de meu corpo interpretado por sorrisos nem sempre desvendados em palavras que se entendam.
Eu sou incompreensível aos olhos de quem não me vê.

-mais um ano se passa.
eu vou continuar a andar e andar e andar.
talvez assim encontre uns bons motivos para continuar a viver